Nos últimos dias, o trabalho da Associação Mercedense de Agentes Recicladores (Amar) tem enfrentado sérios desafios devido à falta de cuidado de uma parte da população de Mercedes. A coleta seletiva, que deveria ser uma prática sustentável e organizada, está sendo comprometida com descartes inadequados de materiais perigosos, como fraldas com excrementos humanos, agulhas e outros resíduos.
Tarcísio Backes, integrante da Amar, relata a
gravidade da situação: “Alguns jogam de tudo o que têm no sítio ou na cidade na
coleta seletiva. Morre um animal, a pessoa coloca numa sacolinha e manda pra
cá. Fazem um churrasco, pegam aquela sacolinha que está embalada com a carne,
cheia de sangue, e chega aqui alguns dias depois. Você pode imaginar o estado
em que ficam esses materiais”.
O impacto vai além da saúde e segurança dos agentes
recicladores. Essa negligência não só gera um ambiente insalubre, mas também
compromete a qualidade dos materiais recicláveis.
Ilson Leandro, presidente da associação, destaca
como esses descartes inadequados afetam a economia do grupo: “Isso acaba
misturando com os outros materiais e sujando o reciclado bom, que a gente
vende. E as empresas não compram ruínas recicladas. Isso acaba tirando nosso
orçamento”.
Para melhorar a situação, é fundamental que a
população de Mercedes se atente às diretrizes de descarte. A coleta de lixo
orgânico ocorre às segundas, quartas e sextas-feiras, enquanto a coleta de
materiais recicláveis ocorre às terças e quartas-feiras.
“Não é que a gente não tenha boa vontade de ir
buscar. Nós vamos em qualquer lugar, até porque quanto mais reciclados chegam
pra nós, aumenta um pouquinho no final do mês. O que a gente pede é que o
pessoal separe um pouco melhor, e isso vai facilitar para todos. Se isso
acontecer, todo o mundo acabará ganhando”, finaliza Tarcísio.